Quando Caeiro disse que "o único sentido íntimo das cousas é elas não terem sentido íntimo nenhum", ele, em seu apreço pelos aparentes paradoxos, dá sentido ao que naturalmente não tem sentido.
Essa é a diferença, por exemplo, entre o ético e o trágico. O trágico é o fato de que o mundo é totalmente indiferente à minha vontade, enquanto o ético é a quase inútil exigência de que o mundo tenha algum sentido.
Do que se depreende que linguagem é uma constante reconstrução; que é uma batalha diária de humanização das relações do eu com as coisas, com o outro e consigo mesmo; que ela implica o atrito entre a pulsão e a possibilidade da sua realização; e que é no interior dessa luta, na práxis, contra a subjugação, que conquistamos uma subjetividade.
A subjetivação dissolve o paradoxo (?).
Recomendo: Yasmin Thayná
Há 8 anos
Um comentário:
Não faz sentido ter sentido,
No Sentido de Viver.
Ter vivido sem ter sido,
Sem ser tido como Ser.
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