quarta-feira, 8 de abril de 2009

O Sentido Íntimo das Cousas (2)

Quando Caeiro disse que "o único sentido íntimo das cousas é elas não terem sentido íntimo nenhum", ele, em seu apreço pelos aparentes paradoxos, dá sentido ao que naturalmente não tem sentido.

Essa é a diferença, por exemplo, entre o ético e o trágico. O trágico é o fato de que o mundo é totalmente indiferente à minha vontade, enquanto o ético é a quase inútil exigência de que o mundo tenha algum sentido.

Do que se depreende que linguagem é uma constante reconstrução; que é uma batalha diária de humanização das relações do eu com as coisas, com o outro e consigo mesmo; que ela implica o atrito entre a pulsão e a possibilidade da sua realização; e que é no interior dessa luta, na práxis, contra a subjugação, que conquistamos uma subjetividade.

A subjetivação dissolve o paradoxo (?).

Um comentário:

Matheus disse...

Não faz sentido ter sentido,
No Sentido de Viver.
Ter vivido sem ter sido,
Sem ser tido como Ser.